terça-feira, 9 de junho de 2015

Viagem a Inhacorá - RS

   Esperando as férias para acampar de moto, o resultado foi muito bom, um tombo, uma multa, uma pinguela, muita chuva e história para contar.
   Início de janeiro de 2015 e deixei a família, a mulher muito contrariada, para variar. Mas, no fim tudo bem, de Florianópolis - SC fui ao RS, comecei por Frederico Westphalen, onde visitei o Colégio Agrícola onde me formei em 1994. Depois passei por Santo Augusto, visitar meus tios e primos e me bandiei para os lados de Santo Ângelo encontrar meu amigo de infância, o Fabio, grande parceiro de aventuras na juventude. Bueno, tinhamos combinado de acampar no rio Buricá (do tupi guarani: buri + caá = palmeira + planta (mato)) lá para os lados de Inhacorá, mega cidade do interior do RS... 
   A história segue, abaixo de cada foto uma descrição e talvez um pouco mais.



   Saida de Vacaria - RS, foto que tiro sempre, pois paro para comer alguma coisa. Nesse dia a estrada estava movimentada, passaram alguns ciclistas e tive que esperar algum tempo para não tirar a foto com carros.

   Posto em Seberi - RS, caminho para Frederico Westphalen, a Laranjinha ficou muito bem na foto. Tá aí a bagagem, bauleto e mala impermeável de 40L da Givi, com roupas e a barraca. Percorri uns 750 km num dia.

Depois de encontra meu amigo em Santo Ângelo, pegamos a estrada de chão que vai até Inhacorá, onde acampamos. Meu teste em estrada de chão, pois o Fábio andava a 80, 90 km/h, maluco! A estrada era uma maravilha, não essa da foto, essa é um asfalto perto do início da viagem, uma pedreira. A chuva se armou e começamos a temer o banho. Aceleramos até a cidade de Inhacorá, onde desabou água, foto abaixo.


O Fábio nem tinha começado a beber e a foto já estava tremida. Essa aí é a rodoviária, fechada a algum tempo, o pó vermelho é característica da região. Deu um pé d'água razoável, depois seguimos viagem.

  Foto a caminho do rio Buricá, o barro já estava começando a prejudicar o marcha, ainda mais com pneu misto, uma porcaria para uso no barro.

   Resultado inevitável, por mais que a estrada fosse um pouco empedrada, o tombo não pode ser evitado. Eu seguia logo atrás do Fábio, quando vi o índio perder a frente da moto e ir ao chão, como eu vinha logo atrás não consegui frear e tentei desviar para não bater nele, não deu. Por mais que a velocidade fosse baixa, o tombo deixou o Fábio com escoriações nos braços, ele carregava uma mochila pesada nas costas, o que facilitou em muito a queda. Eu achei que tinha quebrado o tornozelo, mas nada aconteceu, o protetor de motor me salvou, o pé saiu meio torto mas intacto debaixo da moto, só bati a parte interna da perna que ficou roxa por um bom tempo.
   Rimos alto e foi muito engraçado, só não o comportamento do caboclo que a uns 20 m de nós não fez nada a não ser nos olhar. Tem homem de pouco valor e serventia nesse mundo mesmo.
   Moral da história: o Fábio se arrependeu de não usar a jaqueta protetiva, pois estava quente; usar mochila nas costas não é adequado, muito mais pesada; protetor de motor é muito útil; o pneu adequado ajuda mesmo; e por último, a sorte ajuda os desvalidos de juízo como nós. A propósito, eu usava um protetor de joelho que deve ter me salvo de coisa pior na queda, pois ficou bem sujo.

   Começo da descida para o rio, sem estrada. O Fábio estava abrindo a cerca elétrica, desligada a pouco.

Aqui é a continuação da foto acima, só que tirada no outro dia, quando subi de moto.

   A continuação da descida, tirada no outro dia, aparece a trilha dos pneus das motos, no fim não é um coqueiro não, é um pé de butia.

   
Depois de passar o pé de butiá, havia um trecho de uns10m com um pedregal bagual, só depois essa lavoura fácil de pilotar. Aqui o local onde acampamos na beira do rio. Essa aí é a mata ciliar.


   Vista da entrada do acampamento, ponto de visão da foto acima.   

   Local do acampamento, as motos estavam bem enlameadas, pedra no calço para não afundar no barro, mesmo assim a Laranjinha foi ao chão duas vezes. Como estava escurecendo e havia chovido a pouco, não procuramos muito, na manhã seguinte tinha um lugar perfeito para acampar a alguns metros a direita! Como o sol tinha aparecido, o Fábio insistiu em fazer fogo, teimei, mas o fogo pegou e durou boa parte da noite. Eu dormi mal na minha barraca, já o Fábio tinha levado colchão inflável e estava numa barraca king size. Jantamos pão com salame, que estava muito salgado e se foi toda a nossa água e a cachaça do dia. Renovamos os estoques no dia seguinte e claro, fizemos um churrasco com fogo de chão e espeto de pintangueira.

O rio Buricá, a pescaria não rendeu muito, mas foi divertida.

Existia uma represa bem grande próxima, que estouro e levou muita coisa pela frente, o estrago feito ao longo da passagem d'agua foi grande, a ponte foi refeita só para a passagem de PEDESTRES, lá se foram nós dois para não fazer um desvio razoável. Dizem que a represa estava bem cheia e uns caras espertos fizeram uma pequena vala no topo do dique para a agua escoar ... imagina o que sucedeu quando a agua começou a fluir.

   Havia barro, os pneus estavam escorregadios, as tábuas lisas e nos aventuramos, adrenalina alta. O Fábio por ser alto passou tranquilamente com os pés ao lado da moto, quase que deslizando pelas tábuas, eu por minha vez, fui de acavalo em cima da moto, que me deu um susto no início, pois escorregou de traseira, depois acelerei forte e passei "tranquilo". O Fábio disse que eu cheguei branco do outro lado, não duvido nada. Era eu e o Gasparzinho Camarada.

Visão da saída da ponte, essa pedreira pegamos em parte da estrada.

  A placa diz tudo.

   Aqui a história e outra, depois que voltamos a Santo Ângelo, organizamos a tralha eu visitei mais alguns parentes, peguei  a estrada de volta, de Ijuí até Passo Fundo eu vinha lado a lado com uma barra de chuva, foi só parar em Passo Fundo para abastecer que o toró caiu. Chovia, mas chovia muito, como eu não queria dormir em Passo Fundo, isso já eram umas 17h, resolvi vestir minha indumentária de chuva e encarar a estrada. Que chuva até Lagoa Vermelha, que cheguei ao escurecer. A moto cortava camadas de água no asfalto, tamanha chuva, nas inclinações da pista era um cobertor de água escorrendo. Não deu outra, não vi o radar e saí nessa foto aí, flagrado a 67km/h onde deveria estar a 60km/h, assim diz o papel da multa que recebi em casa.

  Essa foto, acho que tirei ainda no RS. Em Lagoa Vermelha posei no Hotel Ouro no centro da cidade e peguei a estrada mais ou menos cedo no dia seguinte, de noite comi um ala minuta (arroz, ovo, batata frita, salada e bife) por R$16,00 (ah, se os preços em Floripa fossem assim). 
  Parei em Lages no último posto (Ipiranga ao lado do Shopping) onde encontrei um motociclista do interior de SC em uma Harley Davison, após um lanche rápido, quando saimos da loja de conveniência, todo mundo cercou o cara para falar da Harley e nem olharam para a minha Laranjinha... que nada, melhor só que mau acompanhado. Fiz um tirão de Lages a Florianópolis sem parada (220Km). Cheguei em casa perto das 14h cansado e sem querer viajar tão cedo de moto. Pena que essa vontade só durou um dia.

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